
De Repente, Num Domingo, é o último filme do cineasta FrançoisTruffaut. Com um punhado de obras-primas no currículo, Truffaut achou que era hora de prestar tributo ao cinema noir e a um de seus maiores ídolos, o mestre do suspense Alfred Hitchcock,e para isso adaptou a história de The Long Saturday Night ,de Charles Williamson.Uma empreitada deveras curiosa e ousada, ainda mais levando-se em consideração que o filme foi lançado em 1983, filmado em p&b e trazendo todas as referências e o estilo que caracterizou a grande era dos filmes policias.
A bem elaborada trama traz em seu centro Julien Vercel, um dono de imobiliária que não primava, necessariamente,pelo bom trato com os demais. Casado com a femme fatale Marie Christine, Vercel(interpretado por Jean-Louis Trintignant) torna-se o principal(e óbvio) suspeito do assassinato de um homem que, segundo a malícia e astúcia de todos, era amante de sua esposa.
Em uma situação praticamente indefensável, Julien tem de recorrer a sua secretária, a simpática Bárbara, interpretada pela lindísima Fanny Ardant, que sempre fora escurraçada pelo intragável patrão. Mas será ela a única a acreditar na inocência de Vercel.
Com todo os requisitos de um bom filme policial e cenas que prestam tributo direto a obra de Hitchcock, Truffaut não se contentou em fazer apenas uma paródia cinematográfica. Tanto que o filme está repleto do romantismo e do bom humor que caracterizam a obra do cineasta francês.
Truffaut morreu em 1984, menos de um ano após o lançamento de “De Repente, Num Domingo.” Mas certamente, conseguiu deixar como último registro um filme digno de figurar entre suas melhores obras.
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